É inegável que, desde que a internet surgiu, houve uma série
de mudanças em como nós interagimos com os meios de comunicação. As notícias, antes eram consultadas nos jornais e revistas impressas, agora, em sua
maioria, estão na tela do computador ou celular. Obviamente que isso gerou consequências para a profissão. Com a pouca circulação dos modelos de negócio impressos baseados em publicidade, ficou inviável lidar com os custos.
Em contraponto, o conteúdo para internet, principalmente para
blogs e portais começou a crescer. Muitos jornalistas notaram que a produção de
conteúdo e matérias exclusivas para a rede eram opções viáveis para exercer
suas habilidades e ganhar dinheiro.
Contudo, de uns tempos para cá, surge uma nova fase para o
jornalismo e a produção de notícias. Se antes, a automação de funções não tinha
chegado a base da profissão, ou seja, ao ato de escrever. Recentemente, uma
série de agências e importantes jornais resolveram apostar na possibilidade do uso de inteligência artificial.
No momento em que este texto é escrito, não é tão
difícil encontrar notícias escritas por robôs.
Os robôs jornalistas...
A primeira empresa que resolveu se aventurar nessa
empreitada foi a AP (Associated Press). Em uma parceria com a Automated
Insights, a agência de notícias está desde 2014 utilizando um software para
escrever sobre esportes, precisamente, sobre beisebol da segunda divisão.
The Guardian, um importante jornal britânico, em janeiro de
2018, publicou o seu primeiro texto feito totalmente por um robô jornalista: um
relatório sobre as doações partidárias anuais do Reino Unido. No mesmo embalo,
o Washington Post está utilizando robôs para escrever sobre campeonato de
futebol do ensino médio dos EUA.
Já a revista Forbes, recentemente fechou uma parceria com a
empresa de tecnologia e inteligência artificial, Narrative Science. O
interessante é que essa companhia tem como principal lema utilizar dados para
criar histórias. A revista também pretende testar uma ferramenta para produzir
rascunhos e modelos de histórias para os seus repórteres chamada Bertie.
Dois anos antes, em 2016, The Post utilizou o robô Heliograf
para cobrir os jogos olímpicos. Os textos produzidos pela ferramenta foram tão
bem feitos que o jornal chegou a ganhar um prêmio no Global Biggies Awards, na
categoria “excelência em uso de bots”.
Devemos nos preocupar?
Há bastantes exemplos de como os robôs já são utilizados pelo o meio jornalístico. De maneira geral, aquilo que é
produzido por eles, ainda se limita a ser sobre notícias que não precisam de uma
interpretação aprofundada. Os bots usam bancos de dados e relatórios para
buscar as suas informações.
Isso dá um certo alívio, já que significa que a maioria dessas empresas de comunicação pretendem utilizar
esses robôs para fazer um trabalho mais burocrático. Como escrever notícias
sobre um resultado de um jogo, enquanto os jornalistas se preocupam com
reportagens mais aprofundadas e importantes. Aquelas que precisam de pesquisa
de campo, entrevistas e uma interpretação maior dos fatos.
Então, não devemos nos preocupar?
Em termos regionais, o uso de robôs para a criação de notícias está mais voltado para a América do Norte (EUA) e Europa. O que mostra que ainda não é uma tendência da imprensa mundial. Porém, a inclinação para diminuir os custos de produção impressa é cada vez maior, ao mesmo tempo, há um aumento do uso dos meios digitais.Também ressalto que, apesar de termos grandes jornais e portais que já utilizam essas ferramentas, boa parte desses robôs têm funções bem limitadas como disse no tópico anterior. Inclusive, de acordo com o Guia para Jornalismo Automatizado de 2016 da Universidade de Columbia, eles não são capazes de lidar com assuntos em que os dados não estão organizados ou que tenham a qualidade baixa. Logo, para os conteúdos mais aprofundados e que necessitam de maior observação, os jornalistas ainda são a melhor alternativa.
No fim das contas, não se pode afirmar se haverá uma substituição da mão de obra humana quando o assunto é produção de texto. Mas podemos dizer que a ideia de robô jornalista finalmente chegou ao mundo real.
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Esse mês é tecnologia. Continue aproveitando o conteúdo, acesse agora o texto sobre produtividade e trabalho freelancer!
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